terça-feira, 7 de junho de 2011

Trabalho de Português para 2º Bimestre


CENTRO EDUCACIONAL 05 DE TAGUATINGA

Nota

REDAÇÃO – (3ª AULA) - 2º BIMESTRE

Professor(a): Kathia Alves Data: 021 / 05 / 2010

Nome:

NÚMERO

SÉRIE


TURMA

TODAS

TRABALHO DE REDAÇÃO (Valor 5,0)


O texto que segue é um fragmento de artigo do endocrinologista Geraldo Medeiro, publicado na revista Veja.


UM ARRISCADO ESPORTE NACIONAL


Os leigos sempre se medicaram por conta própria. Já que de médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica.

Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que, necessariamente, faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos.

É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou inadequadas de antibióticos fortíssimos, reservados para infecções graves e com indicação precisa. Quem age assim está ensinando bactérias a se tornarem resistentes a antibióticos. Um dia, quando realmente precisar de remédio, este não funcionará. E quem não conhece aquele tipo de gripado que chega a uma farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique uma “bomba” na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, poderá receber na corrente sanguínea soluções de glicose, cálcio, vitamina C, produtos aromáticos – tudo isso sem saber dos riscos que corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação.

Dr. Geraldo Medeiros, Veja, 18 dez. 1985.


QUESTÃO 1


Um título apropriado é sempre um bom começo. Ele deve ser a expressão sintética do tema a ser discutido e deve, se possível, ser sugestivo, atraente.

O título escolhido pelo autor tem essas propriedades? Explique sua resposta.


QUESTÃO 2


A dissertação, como qualquer texto, contém um ponto de vista do autor frente à questão posta em debate.

  1. Qual é a questão que o autor discute no texto?

  2. Qual é o ponto de vista que ele assume frente a essa questão?




QUESTÃO 3


Uma afirmação ganha peso quando vem acompanhada de bom argumento.

  1. Que argumentos o autor usa para confirmar que a automedicação “jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente”?

  2. Trata-se de dados expressivos para provar o que se pretende? Explique sua resposta.

  3. Que efeito produz esse tipo de argumento no leitor?


QUESTÃO 4


Ao enunciar as causas pelas quais as pessoas se automedicam, o autor introduz o enunciado com o verbo “acredito”.

  1. Em termos de força argumentativa, essa passagem é mais convincente que os dados estatísticos apresentados no período “Cerca de 40% ... receita médica”. Explique sua resposta.

  2. O uso desse tipo de argumento desqualifica o resto da dissertação?


QUESTÃO 5


As ressalvas e concessões introduzidas no interior do texto dissertativo têm uma função argumentativa importante: servem como uma forma de defesa do autor contra possíveis contra-argumentos do seu interlocutor.

No segundo parágrafo, após dizer que “o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio”, o autor faz a seguinte ressalva: “sem que, necessariamente, faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas”.

Ao fazer essa ressalva, contra que objeção o autor está tentando prevenir-se? (Observe, ao responder a questão, que o autor é conhecido médico de São Paulo e se assina com o título de doutor).


QUESTÃO 6


Muitas vezes, a forma de linguagem escolhida interfere positiva ou negativamente no peso argumentativo, isto é, o modo de dizer confere maior ou menor confiabilidade àquilo que se diz. A respeito disso, observe as duas passagens que seguem:

  1. “Com isso poderá receber na corrente sanguínea soluções de glicose, cálcio, vitamina C, produtos aromáticos – tudo isso sem saber dos riscos que ocorre pela entrada súbita destes produtos na circulação”.

  2. Com isso poderá passar para o sangue um monte de drogas, sem noção do prejuízo que isso dá.

Qual das duas passagens confere mais autoridade à pessoa que produziu? Explique sua resposta.


QUESTÃO 7 (UNICAMP – adaptada: excluiu-se a parte c)


Defender a língua é, de modo geral, uma tarefa ambígua e até certo ponto inútil. Mas também é quase inútil e ambíguo dar conselhos aos jovens de uma perspectiva adulta, no entanto, todo adulto cumpre o que julga seu dever (...) Ora, no que se refere à língua, o choque ou oposição situam-se normalmente na linha divisória do novo e do antigo. Mas fixar no antigo a norma para o atual obrigaria este antigo a recorrer a um mais antigo. Mas fixar no antigo a norma para o atual obrigaria este antigo a recorrer a um mais antigo, até o limite das origens da língua. A própria língua, como ser vivo que é, decidirá o que lhe importa assimilar ou recusar. A língua mastiga e joga fora inúmeros arranjos de frase e vocábulos. Outros ela absorve e integra a seu modo de ser. (Vergílio Ferreira. Em defesa da língua. Estão a assassinar o português! – Trecho adaptado)

  1. Transcreva a tese de Vergílio Ferreira, isto é, a afirmação básica que o autor aceita como verdadeira e defende nesse trecho.

  2. Transcreva o argumento no qual o autor se baseia para defender sua tese.


QUESTÃO 8 (UNICAMP)


Leia com atenção o trecho abaixo extraído de artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo:


Direitos humanos, liberdade, dignidade da pessoa humana, defesa do meio ambiente e tantas outras aspirações nacionais não passarão de letra morta nos discursos e na própria Constituição Federal, se não forem alcançados os limites inferiores da sobrevivência condigna, infelizmente tão distantes ainda de significativa parcela da população brasileira. Basta lembrar que a cidade de São Paulo tem 56% de sua população vivendo em favelas, cortiços, habitações precárias e até mesmo sob viadutos e nos cemitérios, para que nos convençamos de que a oitava economia do mundo é um grande desastre social. (Adriano Murgel Branco. Desenvolver o país é preciso, 16 dez., 1989).


  1. Qual é, segundo o texto, a condição para que se cumpram as aspirações nacionais citadas?

  2. Qual é o argumento utilizado para reforçar a afirmação de que o Brasil ainda é um grande desastre social?


QUESTÃO 9 (UNICAMP - adaptada: excluíram-se os itens 2 e 3)


Identifique no texto abaixo o argumento utilizado pelo ministro do Trabalho a favor da manutenção da legislação salarial que prevê reajuste indexados e automáticos:

Não há (...) como se cogitar abandono do sistema de reajustes indexados e automáticos. (...) Em suas linhas gerais a legislação salarial deve ser mantida, por ser tecnicamente melhor do que as suas antecessoras. Impõe-se, entretanto, um tratamento adequado ao piso salarial nacional e sua completa e definitiva desvinculação de outros salários. Exige-se, ainda, o estreitamento do amplo arco de salários. Não é justo que, enquanto muitos são pagos à razão de meio, um, dois ou três salários mínimos, outros consigam ganhar cinquenta, cem, duzentas ou trezentas vezes mais. É fundamental, finalmente, que as negociações sindicais ou com as empresas sejam livres e responsáveis, tomando como parâmetro os dados objetivos da realidade. (Almir Pazzianoto. Folha de S. Paulo, 30 nov., 1987)


QUESTÃO 10


Certos erros de português, sobretudo aqueles que indicam desconhecimento da língua escrita, embora não cheguem a prejudicar a compreensão da mensagem, são arrasadores par a imagem do enunciador do texto, prejudicando totalmente o seu peso argumentativo.

Leia o trecho que vem a seguir, extraído da revista. Veja de 22/1/86:


Quando era ministro da Educação, Passarinho recebeu correspondência de um reitor de uma universidade, solicitando verbas ao “iminente ministro”, que não pestanejou. Colocou-a de volta no correio, dizendo ao solicitante que já havia sido nomeado...


Com base no que você acaba de ler, procure responder:

  1. Qual o motivo pelo qual Passarinho (Jarbas Passarinho), ministro da Educação em 1986, desenvolveu a carta ao reitor?

  2. Além da devolução da carta, que outro prejuízo afetou a figura do reitor?

  3. Por que o erro linguístico, sobretudo certo tipo com esse, funciona como contra-argumento?

QUESTÃO 11


Por lei, em todo maço de cigarro e em toda publicidade desse produto deve vir afixada uma advertência com a que segue:

  1. O Ministério da Saúde adverte:

Fumar é prejudicial à saúde.

Há outras variantes dessa advertência como as duas que seguem:

  1. O Ministério da Saúde adverte:

Fumar provoca diversos males à saúde.

  1. O Ministério da Saúde adverte:

Fumar durante a gravidez pode prejudicar o bebê.

Numa matéria sobre tabagismo, a revista Veja (10/3/93, p. 66) apresenta os seguintes dados:

  1. O fumo está associado a...

120 000 mortes no Brasil

30% das doenças cardíacas

80% das mortes por câncer no pulmão

84% dos casos de câncer na laringe

75% das bronquites crônicas.


Confrontando entre si esses quatro itens, procure responder:

  1. Entre elas há uma progressão do mais abstrato para o mais concreto ou do concreto para o abstrato?

  2. Bom argumento é aquele que tem maior probabilidade de ser aceito com verdade pelo interlocutor e, por força disso, de leva-lo a proceder de acordo com o conteúdo aceito como verdade. Levando em conta esse dado, pode-se dizer que cada um desses itens é mais argumentativo que o seu antecedente? Explique sua resposta.

  3. O item 4 poderia ser usado como um argumento para dar mais aparência de verdade aos itens 1 e 2. Que tipo de argumento seria esse?


QUESTÃO 12


No livro intitulado “A abolição do homem”, o escritor americano C.S. Lewis aborda o problema da responsabilidade do adulto na educação dos jovens. Segundo seu ponto de vista, cabe à educação, portanto à atuação do adulto, a tarefa de cria nos educandos a competência de discernir aquilo que é bom daquilo que é mau; o que merece nosso apreço do que merece nossa rejeição.

Para confirmar seu ponto de vista, cita Santo Agostinho, para quem a virtude consiste na capacidade de apreciar cada objeto com o grau de afeição que lhe é apropriado; lembra que Aristóteles considera como meta da educação o desafio de fazer com que o educando saiba distinguir aquilo de que deve gostar daquilo que deve desprezar; menciona Platão, segundo o qual o jovem bem educado deve ser capaz de “ver mais claramente o que esteja defeituoso nos trabalhos malfeitos do homem ou nos frutos malformados da natureza, e com justo desgosto iria culpar e odiar o feio já nos seus primeiros anos de vida, e com justo deleite reverenciar a beleza, recebendo-a em sua alma e nutrindo-se dela, para tornar-se um homem de coração nobre”. (William J. Bennett. O livro das virtudes. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1995. P. 176)


As três citações feitas por Lewis, quanto à informação, não contêm novidades importantes em relação ao seu ponto de vista afirmado inicialmente.

  1. Sob o ponto de vista argumentativo são, entretanto, importantes. Por quê?

  2. Que tipo de argumento o autor usou para confirmar o seu ponto de vista? Qual o poder desse tipo de argumento?


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